Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) concede entrevista exclusiva para o Cigás Informa
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Antonio Silva é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). Nesta entrevista exclusiva concedida ao Cigás Informa, ele aborda as vantagens do gás natural para o segmento industrial e avalia positivamente a trajetória da Cigás no Amazonas. Confira!

1 – Hoje, grandes empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM) consomem gás natural (GN). Como avalia esse movimento de indústrias locais de uso do gás natural em seus processos?
Antonio Silva - Avalio como bastante vantajoso, pois apresenta custos competitivos se comparados às demais alternativas energéticas. É um insumo importantíssimo para vários segmentos industriais que necessitam de energia intensiva para as suas operações, que têm maior peso na composição dos custos.
2 – Qual a relevância do gás natural para o segmento industrial?
Antonio Silva - De fato, o gás natural é importante para a indústria local porque, além de proporcionar melhor rendimento energético, melhora o nível de competitividade das indústrias, em razão da redução dos custos de produção, o que é determinante para a viabilidade e desenvolvimento produtivo.
3 – A Cigás tem sido proativa para levar essa fonte de energia a um maior número de empresas. Qual a análise que se faz deste cenário?
Antonio Silva - O cenário é de desenvolvimento e fortalecimento do mercado de gás com investimentos importantes que impulsionam o aproveitamento dessa fonte energética. Não há desenvolvimento e crescimento econômico sem a utilização de uma fonte de suprimento energético estável. Quanto mais indústrias tiverem acesso, mais ganhos as indústrias terão em competitividade, especialmente em um cenário em que a geração de energia elétrica do país atravessa uma crise hídrica.
4 – Este ano tem sido marcado por aumento do consumo do gás natural em escala histórica pelo segmento industrial. Que medidas, ao seu ver, podem contribuir para que este insumo torne-se mais atrativo para a indústria local?
Antonio Silva - A abertura do mercado de gás e a redução de tarifas permitirão melhores condições para que a indústria local utilize cada vez mais essa fonte de energia, atraia novos investimentos e melhore a competitividade da produção local, além de gerar mais empregos. Diante da grave crise provocada pela pandemia e escassez de água nos reservatórios das hidroelétricas, a utilização do gás natural se torna ainda mais importante para a retomada de crescimento da nossa economia. Nós temos potencial para nos tornarmos grandes consumidores de gás natural.
5 - Para as empresas do PIM, apontadas como as grandes responsáveis pela manutenção da floresta em pé essa adesão crescente a essa fonte de energia limpa representa diferencial mercadológico?
Antonio Silva - Certamente que é um diferencial mercadológico, o GN possui menos contaminantes, produz combustão limpa, menor quantidade de emissões de CO2, provoca menor corrosão dos equipamentos e menor custo de manutenção. Todos esses fatores representam um diferencial que deve ser utilizado no merchandising como ferramenta de marketing.
6 – Com 11 anos de operação comercial, a Cigás está entre as 5 maiores distribuidoras de gás natural do País, em volume comercializado, conforme a Abegás. Até 2025, a Companhia espera atingir 21 mil unidades consumidoras e R$ 780 milhões em investimento global. Que avaliação o senhor faz desta trajetória?
Antonio Silva - É uma trajetória positiva, que deve aproveitar a oportunidade e aumentar a oferta de gás para os setores produtivos do Estado, caminhando na direção de um mercado mais competitivo com preços de gás atrativos. Dessa forma, criamos condições para atrairmos mais investimentos que fortaleçam a cadeia produtiva como um todo, dinamizando a economia do Amazonas.
7 – De forma complementar, quais as perspectivas da entidade para o Polo Industrial de Manaus com vistas aos próximos anos?
Antonio Silva – Para os próximos anos, temos como perspectivas o desenvolvimento e a inovação tecnológica, imprescindíveis para o crescimento e desenvolvimento sustentável do nosso Estado. Acreditamos no espírito empreendedor do empresariado para utilizar as potencialidades da região, visando ao desenvolvimento regional, com ganhos sociais e geração de empregos, sendo de suma importância aprimorar a política industrial da ZFM (Zona Franca de Manaus), promovendo inovações com aporte para o desenvolvimento regional e na bioeconomia. Precisamos mostrar a todos que a ZFM é benéfica para todo o País, necessitando apenas de pequenos ajustes e segurança jurídica. O país certamente terá um maior desenvolvimento a partir das reformas que terão que ser tocadas. Com a economia arrumada, especialmente a parte do equilíbrio fiscal, novos investimentos virão e a demanda dos produtos do nosso parque industrial será aquecida em um cenário de longo prazo.
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